sexta-feira, setembro 28, 2012

"Pessoa's"

Bicarbonato de Soda

Súbita, uma angústia...
Ah, que angústia, que náusea do estômago à alma!
Que amigos que tenho tido!
Que vazias de tudo as cidades que tenho percorrido!
Que esterco metafísico os meus propósitos todos!

Uma angústia,
Uma desconsolação da epiderme da alma,
Um deixar cair os braços ao sol-pôr do esforço...
Renego.
Renego tudo.
Renego mais do que tudo.
Renego a gládio e fim todos os Deuses e a negação deles.
Mas o que é que me falta, que o sinto faltar-me no estômago e na
circulação do sangue?
Que atordoamento vazio me esfalfa no cérebro?

Devo tomar qualquer coisa ou suicidar-me?
Não: vou existir. Arre! Vou existir.
E-xis-tir...
E--xis--tir ...

Meu Deus! Que budismo me esfria no sangue!
Renunciar de portas todas abertas,
Perante a paisagem todas as paisagens,

Sem esperança, em liberdade,
Sem nexo,
Acidente da inconsequência da superfície das coisas,
Monótono mas dorminhoco,
E que brisas quando as portas e as janelas estão todas abertas!
Que verão agradável dos outros!

Dêem-me de beber, que não tenho sede!



Álvaro de Campos








...

domingo, setembro 23, 2012

- ou +

Brigando consigo mesma, ela chegava a conclusões insólitas
...

De seus pensamentos vagos
Nada saia,
nada
... "vazava"

Antíteses -
r e v e l a d o r a s
reticentes e
incômodas

O que há de novo em si?
O que há de novo pra sentir?
Arrancava-do-peito-suspiros-forçados-de-santa-paz-subentendida
De ilusória calmaria - pra se acalmar.

Afinal. Não se pode alimentar o caos.
Senão, não te sobra nada.

A-não-ser-que-você.

Ao invés de cacos,
goste de cinzas.

quarta-feira, setembro 19, 2012

.

Tento me colocar no meu lugar
mas
qual-será?

no mundo
em mim

- procurar

e no fim
rasurar

segunda-feira, setembro 03, 2012



desorganizada e sempre sincera

a velha

desculpa
de
aleijado.