Me contento
contente
Me concentro
distante
Me inte(i)ro
metade
Me divido
mantendo
Somente - só = mente
mente?
M e t a d e
satisfatória (-) mente
só.
quarta-feira, novembro 07, 2012
.
"Meu amigo, não sou o que pareço. A aparência não é senão uma roupa que visto – uma roupa tecida com cuidado que me protege das tuas interrogações e a ti da minha negligência.
O “eu” em mim, meu amigo, mora na casa do silêncio, e ali permanecerá para todo o sempre, despercebido, inacessível.
Não quisera que acreditasses no que digo nem que confiasses no que faço – porque as minhas palavras não são nada senão os teus próprios pensamentos feitos som e os meus actos as tuas próprias esperanças em acção.
Quando tu dizes “O vento sopra em direcção aleste”, eu digo “Sim,sopra em direcção a leste”; porque não gostaria que soubesses que a minha mente não mora no vento mas no mar.
Tu não podes compreender os meus pensamentos de navegador,nem eu queria que compreendesses. Prefiro estar sozinho no mar.
Quando é dia para ti, meu amigo, é noite para mim; contudo ainda assim falo do meio-dia que dança nas colinas e da sombra púrpura que furtivamente abre caminho através do vale; porque tu não podes ouvir as canções das minhas trevas nem ver as minhas asas batendo contra as estrelas – e de bom grado queria que não ouvisses ouvisses. Prefiro estar sozinho com a noite.
Quando tu sobes ao teu Céu eu desço ao meu Inferno – mesmo então chamas-me do outro lado do abismo intransponível “Meu companheiro, meu camarada” e eu chamo-te de volta “Meu camarada, meu companheiro” – porque não quero que me vejas no meu Inferno. A chama queimaria a tua visão e o fumo encheria as tuas narinas. E eu gosto demasiado do meu Inferno para deixar que o visites. Prefiro estar sozinho no Inferno.
Tu amas a Verdade e a Beleza e a Rectidão; e eu por tua causa digo que está bem e que é correcto amar estas coisas. Mas no meu coração rio-me do teu amor. Contudo não quereria que visses o meu riso. Prefiro rir sozinho. Meu amigo, tu és bom e prudente e sensato; não, tu és perfeito – e eu, também, falo contigo sensata e prudentemente. E contudo sou louco. Mas disfarço a minha loucura. Prefiro ser louco sozinho.
Meu amigo, tu não és meu amigo, mas como fazer-to compreender? O meu caminho não é o teu caminho, contudo juntos caminhamos, mão na mão.”
Gibran Khalil
..
domingo, outubro 28, 2012
sexta-feira, outubro 26, 2012
-
Temendo, teimo.
Insisto, instigo...
i n s t i n t o.
Em desatino, desmancho minhas amarras em seus braços.
Firmes e seguros,
tanto-quanto-os-
meus.
deleito-me em sua pele doce
deito-me em seu colo quente
encaixo-me em seu corpo cru
saboreando cada pedaço seu
e desse hoje que embala tão bem meu ser caótico e atormentado
doce fuga
doce refúgio
e se fujo?
quase-
sempre!
tempo bom.
domingo, outubro 14, 2012
sexta-feira, outubro 05, 2012
sexta-feira, setembro 28, 2012
"Pessoa's"
Bicarbonato de Soda
Súbita, uma angústia...
Ah, que angústia, que náusea do estômago à alma!
Que amigos que tenho tido!
Que vazias de tudo as cidades que tenho percorrido!
Que esterco metafísico os meus propósitos todos!
Uma angústia,
Uma desconsolação da epiderme da alma,
Um deixar cair os braços ao sol-pôr do esforço...
Renego.
Renego tudo.
Renego mais do que tudo.
Renego a gládio e fim todos os Deuses e a negação deles.
Mas o que é que me falta, que o sinto faltar-me no estômago e na
circulação do sangue?
Que atordoamento vazio me esfalfa no cérebro?
Devo tomar qualquer coisa ou suicidar-me?
Não: vou existir. Arre! Vou existir.
E-xis-tir...
E--xis--tir ...
Meu Deus! Que budismo me esfria no sangue!
Renunciar de portas todas abertas,
Perante a paisagem todas as paisagens,
Sem esperança, em liberdade,
Sem nexo,
Acidente da inconsequência da superfície das coisas,
Monótono mas dorminhoco,
E que brisas quando as portas e as janelas estão todas abertas!
Que verão agradável dos outros!
Dêem-me de beber, que não tenho sede!
Álvaro de Campos
...
Súbita, uma angústia...
Ah, que angústia, que náusea do estômago à alma!
Que amigos que tenho tido!
Que vazias de tudo as cidades que tenho percorrido!
Que esterco metafísico os meus propósitos todos!
Uma angústia,
Uma desconsolação da epiderme da alma,
Um deixar cair os braços ao sol-pôr do esforço...
Renego.
Renego tudo.
Renego mais do que tudo.
Renego a gládio e fim todos os Deuses e a negação deles.
Mas o que é que me falta, que o sinto faltar-me no estômago e na
circulação do sangue?
Que atordoamento vazio me esfalfa no cérebro?
Devo tomar qualquer coisa ou suicidar-me?
Não: vou existir. Arre! Vou existir.
E-xis-tir...
E--xis--tir ...
Meu Deus! Que budismo me esfria no sangue!
Renunciar de portas todas abertas,
Perante a paisagem todas as paisagens,
Sem esperança, em liberdade,
Sem nexo,
Acidente da inconsequência da superfície das coisas,
Monótono mas dorminhoco,
E que brisas quando as portas e as janelas estão todas abertas!
Que verão agradável dos outros!
Dêem-me de beber, que não tenho sede!
Álvaro de Campos
...
domingo, setembro 23, 2012
- ou +
Brigando consigo mesma, ela chegava a conclusões insólitas
...
De seus pensamentos vagos
Nada saia,
nada
... "vazava"
Antíteses -
r e v e l a d o r a s
reticentes e
incômodas
O que há de novo em si?
O que há de novo pra sentir?
Arrancava-do-peito-suspiros-forçados-de-santa-paz-subentendida
De ilusória calmaria - pra se acalmar.
Afinal. Não se pode alimentar o caos.
Senão, não te sobra nada.
A-não-ser-que-você.
Ao invés de cacos,
goste de cinzas.
...
De seus pensamentos vagos
Nada saia,
nada
... "vazava"
Antíteses -
r e v e l a d o r a s
reticentes e
incômodas
O que há de novo em si?
O que há de novo pra sentir?
Arrancava-do-peito-suspiros-forçados-de-santa-paz-subentendida
De ilusória calmaria - pra se acalmar.
Afinal. Não se pode alimentar o caos.
Senão, não te sobra nada.
A-não-ser-que-você.
Ao invés de cacos,
goste de cinzas.
quarta-feira, setembro 19, 2012
segunda-feira, setembro 03, 2012
terça-feira, agosto 07, 2012
-----
é quando você percebe, que aquele vão.
escondido dentro de você
inabitado
e por vezes alucinantemente caótico
é preenchido por um sorriso de alegria discreta
as vezes leve, por vezes levada..
o abismo é sempre mais "atrativo"
e me lanço.
sem me alcançar.
a queda?
brusca talvez.
mas
que-fazer-se-sou-assim?
quarta-feira, agosto 01, 2012
pre (´) -sentimento
da incerteza de meus lábios
nascem sorrisos de duvidosa compreensão
assim como de minhas mãos brotam
flores invisíveis que te ofereço
em flerte de inocência perdida.
de contentamento.
pelo momento em que contemplo seu sorriso
ao receber tal agrado
incerto, é certo...
duvidosamente ruidosos
pois se postam desconfiados
de, meus.. atos?
de, seus.. passos?
de, nossa.. certeza?
futuro? digo presente.
pressente?
sente...
meu hálito quente, que sussurra em seus lábios as mais puras verdades incertas.
te inundando das intenções mais afloradas que meu-eu pode entregar-te
sorvendo.
absorvendo.
envolvendo.. - me
a fundo.
em todas as sensações que certamente afundam meu todo em disparos fulgazes de insanidade remota.
terça-feira, julho 31, 2012
----
E-a-sensação-de-bem-estar
É dilacerada pela confusão de sensações
Eu digo, calma...
- É no caos é que me renovo.
Mas,
ele não me abandona.
i n t r í n s e c a m e n t e, se mantêm.
e docemente me eleva a esse estado de torpor,
e eterna inquietude.
segue firme em seu espaço conquistado dentro do todo-eu
que se esvai em "sentires"
em "pensares"
e em dores, que confesso!
nem sei mais se são minhas, ou eu as tomei pra mim
só pelo doce deleite de enloquecer na sanidade de dias quase-iguais.
sexta-feira, julho 27, 2012
sexta-feira, julho 20, 2012
terça-feira, julho 17, 2012
é quando você percebe
que detalhes mínimos, fazem a diferença
e
que você guarda o pior de si
para o melhor de si
o velho equilíbrio cortejado pela insanidade de questionamentos intermináveis
insuportavelmente reais
do escárnio
do mal-dizer
do ódio, que não é seu
mas faz parte de você
timidamente talvez
no começo.
segunda-feira, julho 16, 2012
quinta-feira, julho 12, 2012
quarta-feira, julho 11, 2012
domingo, julho 01, 2012
sob um ponto de vista que eu desconheço
te julgo
te acuso
te difamo
te inundo de inverdades
pra ver se você cai.
pra-ver-se-você-acorda-da-sua-realidade-que-não-é-sua-por-direito
pra-ver-se-eu-consigo-te impor-a-verdade-absoluta-que-me-engole
e porque eu não quero
eu te conheço mais do que você possa se conhecer
eu bato no peito e invado a sua vida
com razões que eu inventei
e o pior
com a liberdade que eu ultrapassei
e
o
amor...
mingua.
te julgo
te acuso
te difamo
te inundo de inverdades
pra ver se você cai.
pra-ver-se-você-acorda-da-sua-realidade-que-não-é-sua-por-direito
pra-ver-se-eu-consigo-te impor-a-verdade-absoluta-que-me-engole
e porque eu não quero
eu te conheço mais do que você possa se conhecer
eu bato no peito e invado a sua vida
com razões que eu inventei
e o pior
com a liberdade que eu ultrapassei
e
o
amor...
mingua.
sábado, junho 30, 2012
quinta-feira, junho 28, 2012
sábado, junho 23, 2012
sentimentos desordenados me tomam
consomem meu tempo e meu juizo
aquele sorriso não me afasta dos meus fantasmas
doce chão seguro
porque?
eu. louca pra viver na mesmice
na segurança dos meus próprios muros
feitos de areia, contraditóriamente seguros e fortes.. e
d u r a d o u r o s
sempre achei que era o que teria que ser pra vir quando a tal maturidade me alcançasse.
mentira.
domingo, junho 17, 2012
quarta-feira, maio 30, 2012
POÉTICA
"Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto espediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas.
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare.
- Não quero saber do lirismo que não é libertação."
Manuel Bandeira
impossível não gostar!
segunda-feira, maio 28, 2012
quarta-feira, maio 16, 2012
quinta-feira, abril 26, 2012
domingo, abril 15, 2012
terça-feira, abril 10, 2012
quarta-feira, março 07, 2012
quarta-feira, fevereiro 29, 2012
segunda-feira, fevereiro 20, 2012
quinta-feira, fevereiro 16, 2012
domingo, fevereiro 12, 2012
"Minha fúria odiosa já tá na agulha"
anoiteceu.
e de nada adianta, remar-contra-a-maré.
desapropriada sigo.
furiosa.
ventania. vendaval.
tempestade.
"trovoando."
domingo, é SEMPRE domingo..não?
http://www.youtube.com/watch?v=skYEiYRR83Y
e de nada adianta, remar-contra-a-maré.
desapropriada sigo.
furiosa.
ventania. vendaval.
tempestade.
"trovoando."
domingo, é SEMPRE domingo..não?
http://www.youtube.com/watch?v=skYEiYRR83Y
quarta-feira, fevereiro 08, 2012
terça-feira, fevereiro 07, 2012
sábado, janeiro 21, 2012
sábado, janeiro 14, 2012
segunda-feira, janeiro 09, 2012
"...se vou pra casa vai faltando um pedaço..."
.
.
.
.
http://www.youtube.com/watch?v=9CgnIlzeb7o&feature=relmfu
"Tudo azul
No céu desbotado
E alma lavada
Sem ter onde secar
Eu corro, eu berro
Nem dopante me dopa
A vida me endoida.."
.
.
.
http://www.youtube.com/watch?v=9CgnIlzeb7o&feature=relmfu
"Tudo azul
No céu desbotado
E alma lavada
Sem ter onde secar
Eu corro, eu berro
Nem dopante me dopa
A vida me endoida.."
terça-feira, janeiro 03, 2012
.
"Responder a perguntas não respondo.
Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.
Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.
O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.
Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento."
Cecília Meireles
Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.
Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.
O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.
Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento."
Cecília Meireles
a ironia, eu deixo de lado.
entendo o que sinto, como uma queda.
um lapso.
colapso.
http://www.youtube.com/watch?v=zmUCMhSwED4&feature=related
"E fiquei tanto tempo duvidando de mim
Por fazer amor fazer sentido.
Começo a ficar livre
Espero. Acho que sim.
De olhos fechados não me vejo e,
Você sorriu pra mim"
entendo o que sinto, como uma queda.
um lapso.
colapso.
http://www.youtube.com/watch?v=zmUCMhSwED4&feature=related
"E fiquei tanto tempo duvidando de mim
Por fazer amor fazer sentido.
Começo a ficar livre
Espero. Acho que sim.
De olhos fechados não me vejo e,
Você sorriu pra mim"
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